sábado, 11 de maio de 2013

Os Sete Mandamentos dos Pais


Os Sete mandamentos dos Pais

Como criar seu filho sem transformá-lo num pestinha malcriado como os outros.

Eis uma cena clássica no supermercado: o garoto puxando a perna do pai ou mãe, implorando por alguma guloseima cheia de açúcar, enquanto o adulto examina as prateleiras em busca de algo nutritivo. Não demora para que as súplicas do menino se transformem em choramingos, depois em choro, até que finalmente ele explode num berreiro de romper os tímpanos, gritando: “Mas eu quero!”

Esse é um bom teste para avaliar pais na sociedade de consumo.

O pai ou a mãe pode pensar: por que privar meu filho de um prazer? É só uma bobagem barata para deixá-lo feliz – e quieto. Só que não alimenta nada. Sem falar que não se deve recompensar uma criança por ter sido malcriada. Mas... o fato é que o menino continua gritando, talvez até rolando no chão.

E aqui vai o que os pais precisam fazer para criar filhos confiantes e responsáveis:

1. Sejam pais e não colegas.

Uma criança precisa de um líder, não de um camarada. O psicólogo Wade Horn, chefe da National Fatherhood Initiative – iniciativa de estímulos à paternidade consciente –, diz que a primeira lição que os pais devem aprender é: “Parem de pensar que vocês são um amigo dos seus filhos. Ser pai ou mãe significa estabelecer limites e impor regras”.

2. Discipline desde cedo.

O que é necessário é a autoridade desde cedo. Explicar é bom, negociar é problemático. A maioria dos especialistas adverte para que os pais não concordem caso a criança diga: “Se você me der um sorvete, eu guardo os brinquedos.” Isso dá o controle da situação à criança, e não aos pais.

3. Passe mais tempo com os filhos.

“Nunca vi uma geração sem pais quanto esta”, diz Gary Stroope, pastor em Coral Gables, Flórida. Os pais podem amar os filhos, mas estão sempre ocupados como trabalho ou com as próprias atividades.

4. Controle as diversões eletrônicas.

Os pais costumam se chocar com a linguagem e o conhecimento sobre sexo exibidos pelos filhos pequenos. Onde estão aprendendo isso? Talvez com uma coleguinha na escola, mas não tenha dúvida: indiretamente, vem da mídia. Qual a saída? Endureça. A Associação Médica Americana adverte que as crianças não devem assistir a mais de duas horas de TV por dia – e mesmo assim apenas programas monitorados pelos responsáveis. Essa talvez seja a advertência mais ignorada pelos pais.

5. Saiba o que o seu filho anda fazendo.

Os policiais dizem que isso acontece o tempo todo: durante a semana, à tarde, pré-adolescentes perambulam pela vizinhança, desafiando-se uns aos outros para ver quem é o mais valente. “Deixar os filhos em casa sozinhos é um problema enorme” diz Laurence Steinberg. Na verdade, pesquisas mostram que as crianças “largadas” têm maior probabilidade de se envolver com fumo, drogas, bebidas alcoólicas e sexo do que as supervisionadas. Mas a boa notícia é que alguns filhos de pais que trabalham fora crescem bem ajustados. Por quê? Pais conscienciosos, diz Steinberg, proporcionam aos filhos “um dia-a-dia bem planejado”, mesmo estando longe, programando as atividades para depois da escola e contato com a ajuda da família, dos amigos e vizinhos.

6. Não supervalorize a questão da ‘auto-imagem’.

Os especialistas dizem que só devemos elogiar os feitos verdadeiros. Se o pequeno goleiro não fez uma só defesa, não se deve diminuí-lo por causa disso, mas também não se deve tratá-lo como um craque.

7. Continuem casados.

A medida mais importante que os pais podem tomar para ajudar os filhos a crescerem bem ajustados é ficar juntos. As crianças que crescem ao lado de apenas um dos pais biólogos têm duas vezes mais chances de abandonar a escola, e as meninas, uma probabilidade dias vezes e meia maior de engravidar na adolescência, diz um estudo realizado por Sara McLanahan, professora de sociologia de Princeton. E lembrem-se: todos esses conselhos dados por especialistas – passar mais tempo com os filhos, prestar atenção ao que passa na TV, supervisionar por onde andam – ficam mais fáceis quando há dois adultos dentro de casa.

Revista Seleções, págs. 106-112

Outubro/1999

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